Temos o que é necessário para a criação de um mundo mais sustentável?

66% dos cientistas da Organização Meteorológica Mundial acreditam que até 2027 podemos ultrapassar um novo limite do aquecimento global

 

Reflexões para a ativação do mindset REGENERATIVO na moda

Há alguns meses escrevi aqui no blog Fashion Revolution Brasil, um artigo sobre reuso e aluguel, e, somado a alguns diálogos que já venho desenrolando, mais pessoas chegaram manifestando interesse em novos modelos de consumo – várias delas já atuam de forma corajosa como empreendedores, intraempreendedores e consumidores de uma moda mais consciente. 

EM UM MOMENTO DE MUDANÇAS, O MAIOR DESAFIO É A PACIÊNCIA E O MAIOR RISCO É O DE NÃO MUDAR!

Ao mesmo tempo em que existe entusiasmo, há desilusão. Alguns dos empreendedores que estão buscando estabelecer modelos baseados em reuso e aluguel, já desistiram ou estão a caminho de fechar as portas e alegam que ainda existem muitas barreiras comportamentais e logísticas para a sustentação de uma moda mais circular. 

Como exemplo, recentemente a Roupateca encerrou a oferta de assinatura de aluguel de roupas em São Paulo, compartilhando um duro depoimento em seu perfil no Instagram com o seguinte trecho: “Sentimos que o compartilhamento ainda não chegou lá. Embora as pessoas achem muito incrível a ideia da Roupateca, ainda não estão genuinamente interessadas em substituir suas compras por acesso a roupas que não são suas.”

ESTE BARULHO VEM REVERBERANDO NO ANO QUE EXPLORO A REGENERAÇÃO NA JORNADA DA ECONOMIA DA PAIXÃO

E pensava nele em uma passagem de uma das últimas viagens de pesquisa, sentada em um café desses com mesas nas vitrines e vista para uma rua da agitada e diversa Londres. Daquele ponto de observação, entre inúmeras ferramentas para extrair leituras dos passantes, uma das mais acessíveis é a moda. 

Duas senhoras alegres e ouvindo música alta usam vestidos de cores saturadas, com formas divertidas e estampas extravagantes, parecem ter acabado de assistir a uma peça de teatro – ou atuar como personagens de uma delas; um grupo de amigos volta de uma cerimônia – aposto em um casamento – com trajes formais em mood de celebração, parecem estar a caminho de estourar uma garrafa de champanhe; três adolescentes seguram seus celulares apontando uma para a outra algo na tela, talvez a próxima calça que vão comprar juntas e combinar de usar ao mesmo tempo, porque neste momento vestem exatamente o mesmo descritivo de roupa; um casal elegante e de sorriso fácil caminha com a mesma leveza que parece ser o ritmo do papo que dividem, assim como o corte reto e as tonalidades pasteis de suas roupas, seria sincronicidade também o uso de óculos escuros tão semelhantes em um dia de pouco sol?; do outro lado da rua, um grupo de homens sai de um carro que demorou demais para estacionar, parecem estar rindo de uma piada tão sem graça quanto é boba as fantasias que vestem, só podem estar a caminho de uma festa, mas talvez nem fosse preciso, porque já estão se divertindo horrores – e é isso o que importa! 

A MODA É UMA EXPRESSÃO RELACIONADA À NECESSIDADE SOCIAL HUMANA 

Assim como tudo o que consumimos, inclusive este é um dos primeiros conceitos que aprendemos na faculdade de comunicação. Fazendo uma tradução para o movimento de protagonismo e pertencimento da Economia da Paixão, através do que vestimos expressamos protagonismo – quem somos, nossa história, ideais, valores, potenciais, fragilidades, sonhos, etc… – e, desta forma, estabelecemos conexões de pertencimento em todos os nossos núcleos – trabalho, amizade, família, etc… O que significa que, até mesmo usar uma camiseta da marca “Anti Social Club” (clube dos “antissociais” em tradução livre), muito disseminada entre jovens nos Estados Unidos e na Europa, é uma forma de expressar a necessidade humana de socialização e não o contrário. 

Arquivo Pessoal – Paula Costa

A reflexão central aqui está em reconhecer a profundidade da relação que estabelecemos com o consumo, como parte de quem somos e como sobrevivemos, justificando, em parte significativa, o desafio de mudanças de comportamentos que implicam diretamente em um cenário cada vez mais alarmante: 66% dos cientistas da Organização Meteorológica Mundial acredita que até 2027 podemos ultrapassar um novo limite do aquecimento global, no qual a Terra estará 1,5ºC mais quente em relação a segunda metade do século 19 – data que registra a aceleração das atividades industriais, quando definimos as premissas e padrões de comportamento e consumo que dominam a narrativa do mundo até aqui. 

A VOLTA NO TEMPO TRAZ A OPORTUNIDADE DE UM NOVO DESENHO DE FUTURO

O passado nos trouxe até aqui através da lógica de cadeias produtivas lineares e mecanizadas, onde anestesiamos parte da nossa consciência para nos submetermos a um racional ilusório de começo e fim, embasado pelo mindset de escassez, que nos faz acreditar que a lixeira de casa encerra o ciclo de vida de um material e dispara o gatilho da necessidade constante do novo, o imperativo do imediatismo e a visão da concorrência. 

Que atire a primeira pedra quem nunca disse algo como “vou dar um fim nisso” com uma peça de roupa na mão a ser descartada para “dar espaço para algo novo entrar” no guarda-roupa.

A obsessão pelo “novo” que vai da moda, passando pela beleza e estética que pregam o rejuvenescimento – ainda que de forma velada -, até a arte, o design e a arquitetura, começa a ser questionada pela cadeia circular sistêmica e não-linear, potencialmente despertada pela consciência humanizada integrada e colaborativa, onde conectamos o que chamamos de fim e começo para a expansão e continuidade do meio, isto é, para a sobrevida da narrativa. Este é o princípio da regeneração de melhorar, criar e ressignificar respeitando e valorizando o que já existe e agregando a diversidade. Esta é uma inteligência criativa que todos carregamos sendo humanos e parte da natureza – basta observar como na natureza, nada se esgota, tudo regenera. 

Enquanto a UNESCO autentica patrimônios da humanidade através de regiões e construções no mundo todo, existem grupos de cientistas dedicados a preservação das árvores mais antigas do planeta, defendendo que elas são responsáveis por guardar um arquivo singular do mundo, sendo abrigo para a biodiversidade das florestas e possuindo a maior capacidade de absorção de carbono, contribuindo para atenuar as mudanças climáticas. 

REGENERAÇÃO: A PRESERVAÇÃO É PARTE E INSPIRAÇÃO PARA A CRIAÇÃO

Em Melbourne, na Austrália – onde a proposta de cidades inteligentes e outros movimentos sustentáveis estão ganhando grande destaque – a Abbotsford Convent Foundation, transformou 11 prédios do antigo Convento de Abbotsford, que funcionou até 1974, em um espaço de arte e cultura. Foram 2 décadas de restauro para que, a partir de 2004, criativos pudessem tomar o espaço comunitário usando a história local como fonte de inspiração. 

Arquivo Pessoal – Paula Costa

“Adoro estar cercada por design e materiais que não apenas duram, mas envelhecem com elegância” – é o que declara Johanna Howe, co-fundadora da Caves Collect, marca presente no complexo, focada em moda de qualidade, funcional, com fabricação sustentável e local. 

CAVES Collect @caves_collect

Ao redor de todo mundo, principalmente em grandes capitais onde o espaço é cada vez mais limitado, a regeneração é um movimento crescente. Em Nova York, por exemplo, o complexo Industry City  , que ocupa uma antiga área industrial na orla da Upper New York Bay, é um destaque. Em Londres, galpões de armazenamento de carvão se transformaram no complexo comercial Coal Drop Yards em King’s Cross, que está sendo replanejada visando uma área de uso misto mais sustentável.

Arquivo Pessoal – Paula Costa

E, assim como Abbotsford abriga Caves Collect, em todos estes lugares, a energia regenerativa da atmosfera espacial, sustenta o propósito colaborativo de relacionamentos das comunidades e dos negócios em operação. 

Arquivo Pessoal – Paula Costa

A loja da Shelter no Coal Drop Yards, revende artigos de moda e correlatos doados para obter recursos para suas campanhas de justiça habitacional. Entre uma curadoria de dados de impacto apresentada por toda loja, um baú de retalhos de pano me fez refletir sobre as inúmeras possibilidades de seu reuso, ao mesmo tempo em que conscientizava as várias peças de roupas e outros itens que já descartei sem considerar um potencial valor de ressignificação – e como é importante constatar que o nosso mindset não está programado para isso!    

Arquivo Pessoal – Paula Costa

TEMOS TUDO O QUE É NECESSÁRIO PARA A CRIAÇÃO DE UM MUNDO MAIS SUSTENTÁVEL

Em um dos últimos eventos que cobri, o The___Dream, realizado pela organização House of Beautiful Business em Portugal, a indiana médica, cientista e ativista da saúde integrada Parneet Pal mencionou o relatório Earth4All de 2022, que defende que já possuímos as tecnologias e as soluções necessárias para a criação do bem-estar para todos, incluindo o planeta. Mas, então, o que justifica a aposta dos cientistas da Organização Meteorológica Mundial? O que impede organizações como a Roupateca, e tantas outras espalhadas pelo Brasil, seguirem com planos de negócios que visam o consumo sustentável? Como todo contexto complexo, existem milhares de hipóteses e justificativas, mas também reflexões e ações iniciais simples para começarmos a desfazer os nós.

AS MUDANÇAS COMEÇAM DE DENTRO PARA FORA

Se não mudarmos a nós mesmos, retomando os princípios sustentáveis e regenerativos de ser humano, não somos capazes de transformar negócios e sistemas insustentáveis, em modelos aptos à sustentabilidade regenerativa. Foi o que constatei ao escolher a “regeneração” como macrotema do ano de 2023, partindo de estudos sobre o Antropoceno – conceito atribuído para o atual momento, no qual identificamos o impacto que nós, seres humanos, estamos sendo capaz de gerar no funcionamento do ecossistema terrestre. 

Este ponto de partida também dialoga com os estudos de Parneet Pal sobre saúde mitocondrial – um lembrete das aulas de biologia: mitocôndrias são organelas geradoras da energia química para as células do nosso corpo, responsáveis por transportar as informações metabólicas e genéticas que mantém o nosso organismo funcionando. Parneet se apoia na correlação direta entre a regeneração do planeta – solo, energia, etc… – partindo do desequilíbrio mitocondrial humano, causado pela alta taxa de inflamação celular dos nossos corpos em função dos nossos sistemas alimentar, agrícola, político, comercial, médico e farmacêutico estarem voltados para salientar a escassez (doença) como fonte de lucro e não a abundância, visando efetivamente saúde e bem-estar. 

Este processo inflamatório– e, consequentemente, de todos os organismos e organizações ao nosso redor –  é denunciado, por exemplo, pela crescente de doenças crônicas, psicológicas e/ou autoimunes como câncer, diabetes, obesidade e depressão e se relaciona com tomadas de decisão. Isto porque, à medida que mantemos o nosso organismo em uma condição de ameaça, nos tornamos impulsivos e imediatistas, nos agarrando ao curto prazo e a um estado de autocentro. Em meio a essa guerra pela sobrevivência, onde somos nosso próprio adversário, a lógica de longo prazo, bem como a confiança, a empatia e outros motores de conexão e colaboração, ficam em um plano pouco acessível. 

A saída, portanto, para os desafios sustentáveis que envolvem o nosso macro organismo – o planeta – começa restabelecendo a nossa própria sustentabilidade, CUIDANDO da saúde mitocondrial – na última coluna, indiquei o relatório do Inquietesi sobre o CUIDAR enquanto pilar estratégico da Economia da Paixão, regente da Era Digital e da Consciência. De forma prática, Parneet menciona a retomada do ritmo circadiano, mantendo atividades e alimentação alinhadas à natureza e o consumo de alimentos integrais à base de plantas para a manutenção do microbioma intestinal que rege a saúde mental e emocional. 

Em relação a este último ponto, em uma passagem pelo Brasil em junho, visitei as feiras Bio Brazil Fair e Natural Tech e fiquei absolutamente encantada em constatar a quantidade e a qualidade de marcas que estão se movimentando e reconhecendo a abundância do nosso país, da nossa cultura e solo, para a criação de soluções alimentares mais sustentáveis em todos os âmbitos.

Arquivo Pessoal – Paula Costa

A Cookoa usa o método “bean-to-bar”, controlando da lavoura até a barra de chocolate produzida a partir de amêndoas de cacau e outros ingredientes brasileiros como o cupuaçu. “O amor pela nutrição e pelo cacau foi o que motivou nossa chocolatier e seu companheiro a desenvolver uma linha de chocolates nutritivos e inclusivos, isto é, alimento pra todos. Usamos alimentos de cultivo agroflorestal e regenerativo, deixando a terra sempre melhor.”

REGENERANDO O NOSSO SOLO, REGENERAMOS A NOSSA CULTURA CRIATIVA E NOS ORIENTAMOS PARA UMA MODA MAIS SUSTENTÁVEL

Aproveitando do movimento global de descentralização, no qual vemos a diluição de grandes centros de poder e a ascensão das bordas, crescemos no Brasil pela apropriação e regeneração do nosso solo, para nutrir a nossa criatividade e expansividade, refletindo a evolução também de uma moda mais sustentável. Mas vale reforçar, a descentralização tem relação com o conceito de saúde mitocondrial de Parneet Pal: não vamos chegar à evolução coletiva sem olhar para o âmbito pessoal do cuidado, envolvendo as nossas inquietudes, escolhas, ações e projeções.   

PRECISAMOS TORNAR A SUSTENTABILIDADE MAIS HUMANA

Ao invés de insistir em tornar o ser humano mais sustentável, é o que defende Mark Curtis, Head de sustentabilidade e liderança da Accenture Song, outro speaker que acompanhei no evento The___Dream. Muitas das premissas e práticas mais sustentáveis são desafiadoras de serem mantidas, por isso, é preciso reconhecer o contexto de transição para uma nova economia mais circular e sistêmica, onde a educação e as práticas acessíveis são fundamentais para a evolução de uma mudança de mindset consistente. 

Volto à introdução: em um momento de mudanças, o maior desafio é a paciência e o maior risco é o de não mudar – de dentro para fora, com coragem a coragem do protagonismo e a sustentação do pertencimento! Deixo na sequência algumas pílulas com sugestões para juntos, nos estimularmos a absorver mudanças. 

• CUIDAR DA FALA: ao invés de expressar “que bonita, está de roupa nova?”, podemos adotar “que bonita, está reutilizando?”. Valorizar o reuso corta com o imperativo do novo e abre portas para a criatividade. É um exercício que faço em viagens, por exemplo. Independente do destino e do período, uso a regra “despache zero” e só saio de casa com uma mala de mão, sendo obrigada a multiplicar as possibilidades de uso de cada peça. A criadora de conteúdo Thaís Leal (@_thaistyle) é uma das ótimas fontes sobre este tema – e, aliás, vale cuidar também do conteúdo que consumimos, priorizando aqueles que dialogam com o mindset mais sustentável!
• CUIDAR DO SIGNIFICADO: o maior valor de um produto está no seu significado emocional e esta é uma reflexão importante na hora de adquirir ou descartar. O que não tem um significado autêntico, provavelmente não tem valor para ser adquirido. E, o que já foi adquirido e não tem um significado, precisa ganhar um – para você ou para outra pessoa – e não simplesmente ser descartado – lembre-se sempre de que o descarte é uma ilusão! De forma prática: um vestido que te acompanhou em momentos especiais, pode não te servir mais, mas se oferecer para alguém contando as histórias vividas junto com ele, a peça pode atrair momentos especiais para esta outra pessoa. Isto é, não tem mais um significado para você, mas pode ter para o outro. A contação de histórias é uma das fórmulas para tornar a sustentabilidade da revenda e do reuso mais humanos! 

Arquivo Pessoal – Paula Costa

Há algum tempo a varejista britânica Selfridges incorporou a missão de contar histórias sustentáveis, educando o consumidor para um novo consumo, através de campanhas e ações voltadas para o cuidado/preservação de bens, assim como práticas de revenda, reuso e aluguel. Algumas das ações na loja no último mês: vitrine com materiais de reuso incluindo itens doados pelos próprios colaboradores (além de uma série de ativações nas demais mídias, envolvendo também a sustentabilidade sociocultural), corner de reparo e cuidado de sneakers, corner da campanha “Worn Again” para o reparo, cuidado e upcycling de diferentes produtos – bolsas, calçados, etc -, “The Edit” uma área extensa no primeiro andar da loja exclusiva para revenda, lançamento da Coachtopia, linha da Coach exclusiva para itens reciclados.   

CUIDAR DO AMBIENTE: apesar dos movimentos sustentáveis iniciarem de dentro para fora, o ambiente externo influencia diretamente na saúde do ambiente interno. Isto é, a atmosfera dos espaços que vivemos e frequentamos – casa, escritório, escola, etc… – também colaboram para a saúde mitocondrial colocada por Parneet Pal, a forma como pensamos e tomamos decisões mais conscientes. Não à toa, a mostra de arquitetura, arte, design e paisagismo CASACOR 2023 – outro ponto de parada na minha passagem pelo Brasil – abordou o tema Corpo&Morada, explorando o ambiente físico como uma extensão de nós – corpo, mente e espírito. Ali, o despertar de sentidos através da gastronomia, da biofilia e outros elementos de design são claramente orientados para o bem-estar e este é o mood que ressoa entre os visitantes. Vale a reflexão: como estão os ambientes que vivencia? Uma plantinha que te aproxime da natureza pode fazer mais diferença do que parece no senso sustentável! 

Site Casa Cor

“Jardim Reflexo da Alma” criado por Bia Abreu na CASACOR 2023 aguça sensações que nos conecta com a natureza em meio a selva de pedras – São Paulo – trazendo a lembrança instintiva de que somos parte da natureza, o que justifica a sustentabilidade começando e terminando em nós, enquanto parte do todo. 

Escrito por Paula Costa

Paula Costa é Comunicóloga formada em Publicidade e Gestão de Varejo pela graduação e MBA da ESPM, com especializações complementares em inteligência de mercado, pesquisa, antropologia, futurismo e inovação e passagem por instituições globais como Hyper Island e Tel Aviv University. Baseada na Europa, transita por diferentes países e eventos de arte, design, tecnologia, inovação, negócios e varejo, realizando curadoria de comportamentos, movimentos e tendências, que se fazem insumos dos insights que compartilha em grupos globais de inovação, como LinkedIn Creator e apoiadora do Fashion Revolution Brasil, além de aulas de Pós Graduação e MBA de instituições como a ESPM, palestras, workshops, mentorias e consultorias de tendências, inteligência estratégica e inovação, baseada na visão da Economia da Paixão, tema do livro de sua co-autoria e  foco do projeto de sua co-criação, o Inquietesi: laboratório da Economia da Paixão para a transição à Era Digital, regida pela Consciência.

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