Desafio para 2016: vestir sustentável em Portugal

By Fashion Revolution

9 years ago

O ano de 2016 vem marcar 3 anos passados depois do colapso do Rana Plaza no Bangladesh, onde 1133 pessoas morreram e 2500 ficaram feridas, depois do outro incêndio também em Dhaka que lavrou 8 vidas, mais 10 vidas perdidas em Gazipur logo 5 meses depois. Marca 4 anos depois do grande incêndio da fábrica Tazreen, que matou 112 e deixou 200 feridos, entre roupa da Walmart, não esquecendo as 314 almas incineradas no Paquistão, nas fábricas de Karachi e Lahore. O ano de 2016 conta 6 anos depois daquele outro incêndio em Gazipur, na fábrica Garib&Garib que fornecia a H&M, e tirou a vida a mais 21, deixando 50 feridos; e logo ali em Dhaka também 29 trabalhadores mortos e 100 feridos, no meio de trapos da GAP. Serão 9 anos passados depois do escândalo envolvendo um atelier em Nova Delhi, onde crianças de 10 anos bordavam roupa para a GAP Kids; e 16 anos depois de se ter passado o mesmo no Cambodja, com crianças de 12. O ano de 2016 já viu passarem duas décadas desde que começaram os processos judiciais contra a Walmart e a linha de Kathie Lee nas Honduras, contra a Nike e a Air Jordan na Indonésia, contra a GAP e tantas outras marcas que exploravam mão-de-obra na China, Tailândia, Filipinas, El Salvador, Bangladesh. Na altura, do que uma família americana gastava em roupa, apenas 3% era para o operário. Será que em 20 anos mudámos a história?

As marcas que tinham roupa entre todos estes destroços têm também roupa entre todos nós Portugueses, e as lojas abundam ainda hoje nas ruas e centros comerciais. São elas Primark, Tommy Hilfiger, C&A, Disney, GAP, H&M, Auchan, Benetton, Carrefour, El Corte Ingles, Inditex, Kappa, Mango, entre outras. São sem dúvida os caminhos mais fáceis e acessíveis a todos os Portugueses.

Já para aqueles que pretendem mudar, o comportamento de consumo sustentável não tem uma receita simples, já que a sustentabilidade no sector do vestuário, calçado e acessórios pode passar por vários factores e muito dificilmente algum produto de moda será 100% sustentável. Muitos utilizadores simplesmente não consomem, em protesto com a falta de alternativas, mas noutros casos a vontade de implementar a mudança faz nascer novos projectos. O utilizador ou designer pode preocupar-se mais em dar poder social e económico aos makers e por conseguinte às suas comunidades, impedindo também a extinção de técnicas tradicionais. Às vezes o pensamento prende-se com aqueles que sofrem com os processos tóxicos, tanto na produção da matéria-prima, como do têxtil e tratamento de peles. Noutros casos, ele tenta reverter os danos ambientais, procurando produtos ecológicos, orgânicos, que contemplem ao mesmo tempo a redução do desperdício de água, ou a produção 100% nacional – da fibra à peça final – que evite a emissão de CO2 em milhares de quilómetros de transporte. Há aqueles que não utilizam produtos animais, buscando novas versões – plásticas ou muitas vezes vegetais – para a pele e pêlo, estendendo-se à lã e seda em alguns casos. A sustentabilidade pode até estar no próprio design, quando uma peça de vestuário é customizável, adaptável a várias situações, ou até a vários utilizadores diferentes.

A lista é longa. E o comportamento pela sustentabilidade em moda – antes da compra – pode ainda começar por um sem fim de mudanças: revendo a necessidade de compra, reutilizando o guarda-roupa, trocando produtos em segunda mão, aprendendo e criando (ou co-criando) novas peças. Há muito por onde começar neste novo ano de 2016.

Mas, e em Portugal?

Mudar de hábitos sobre o que vestir em Portugal pode ser desafiante. Um país que já revela um discurso estruturado sobre a defesa do ambiente e dos direitos humanos, onde já muitos consumidores não passam sem verificar a etiqueta, não abunda propriamente de marcas de vestuário ou calçado que mostrem um mercado à altura de uma necessidade emergente. Em Portugal, a mudança começou com a multiplicação de lojas e mercados de produtos em 2ª mão (da centenária Feira da Ladra à mais recente Feira da Buzina, LX Market ou Feira das Almas em Lisboa, e o Flea Market ou Feira da Vandoma no Porto, muitas lojas surgiram como é o caso da Outra Face da Lua, Loja Baú, Ás de Espadas, Viúva Alegre, Humana, Quartier Latin ou Rosa Chock), com as quais o consumidor parece estar bem servido. O público começou a querer criar e partilhar as suas técnicas, tanto que os workshops DIY surgiram um pouco por toda a blogosfera. Mas a nível de novos produtos a oferta ainda é tímida. A procura por um produto básico de vestuário, de qualidade e feito dentro da UE, que dure mais do que 5 anos com bom aspecto, pode significar simplesmente uma luta perdida. Mesmo que se pague acima da média!

O antigo comércio ainda guarda alternativas, mas para quem procura um estilo mais edgy, o caso fica difícil. E se a escolha acaba por ser uma peça de algodão orgânico da Zara feita em Portugal, porque o barato também fala alto, não é por isso que o caso melhora. Meia dúzia de lavagens e uma peça debotada e sem elástico deixa o consumidor frustrado num instante, para não falar na falta de transparência sobre a produção orgânica. Parece que o produto fast-fashion sai mas é caro… e para toda a gente!

Eis a lista de algumas marcas Portuguesas que apresentam uma vertente ecológica, fair trade, ou ambas:

 

VESTUÁRIO

Aforest Design – Este projecto da designer Sara Lamúrias procura comunicar pela arte, design e moda. Aforest Design vende os seus produtos, os quais variam entre peças de roupa e acessórios realizados em Portugal, com materiais portugueses, através da Burel Mountain Original (em formato double label) um pouco por todo o mundo, e em Portugal, em exclusivo, nas lojas da Burel – em Lisboa, Porto e na loja da fábrica em Manteigas. Ambas as marcas foram recentemente galardoadas com prémios na Bienal de Design Iberoamericana, a Burel como empresa de design e a Aforestdesign como designer. De momento, a designer está, com o Capelista Design Studio, projecto que tem com Pedro Noronha Feio, a preparar a abertura de uma pequena loja com uma marca de criança, também sustentável, e onde se poderão encontrar outros produtos da Aforestdesign, a abrir no início de 2017. Mais informações no site oficial da Aforest Design e no seu facebook.

AMA– ou Associação de Moda Africana em Lisboa, fundada pela designer Sofia Vilarinho, é uma organização de foro cultural e social sem fins lucrativos. Esta apresenta-se como uma plataforma de suporte e partilha de informação, conhecimento, inovação, divulgação e valorização social, cultural e profissional na área da Moda Sustentável. A AMA organizadora do MODAAFRICA, evento em que apresentam trabalhos de designers de diversos países do continente africano e outros igualmente ligados à cultura africana. A associação tem como ponto de venda o seu atelier situado em Alcântara na Rua Filinto Elísio nº 21, 1º esquerdo, Lisboa, funcionando com atendimento por marcação. Mais informações no site oficial da AMA e no seu facebook.

Ana Segurado – Vestuário cruelty-free – como chama a designer portuense que dá nome à marca – que pode ser produzido com fibras naturais e não naturais como alternativa à pele e pêlo animal. A marca vende na loja SCAR ID, na Rua do Rosário, no Porto e na loja IVO MAIA, na Rua Comendador Sá Couto, 53B em Santa Maria da Feira. Além disso vende também online. Mais informações no site oficial da Ana Segurado e no seu facebook.

Armazém das Malhas – em actividade desde 1941, este projecto renasceu em Dezembro de 2014. Situado agora na Rua Do Forno Do Tijolo, nº 50, em Lisboa, o Armazém das Malhas vende vestuário com concepção, criação e confecção portuguesas, vendendo também marcas portuguesas com características tradicionais, procurando impulsionar o comércio de rua. Mais informações no facebook do Armazém das Malhas.

Atelier 1200 – situado na Travessa da Boa Hora, nº 30, em Lisboa, o Atelier 1200 reúne 3 marcas residentes: a Oficina Shanti, a Mazurca Handmade e a Oficina 166, tendo em comum a paixão pelos tecidos de fibras naturais. Cada uma das marcas tem a sua identidade mas no espírito do Atelier 1200 pode encontrar-se o gosto pelas tradições (nas técnicas e materiais) e pelo artesanal. Oferecem não só peças de vestuário como também acessórios e peças de decoração. Mais informações no site oficial do Atelier 1200 e no seu facebook.

AwayToMars – Uma marca com um modelo revolucionário desde o backstage ao produto final. Desde a forma como opera o próprio design, baseado na co-criação e elevando qualquer pessoa a designer, ao modelo de negócio que subtrai a revenda para conectar criadores e utilizadores, estas peças de roupa nascem de uma dinâmica horizontal e equalitária, onde o artesão está lado a lado com o designer e todos são makers. Compre na loja online. Mais informações no site oficial da AwayToMars e no seu facebook.

Capote’s Emotion – Capotes e samarras feitos com a técnica artesanal tradicional, naturalmente ecológicos, e reinterpretados com novas cores e texturas. A confecção manual e o material extremamente resistente (geralmente de lã, com forros de cetim, e alguns artigos com peles de borrego), conferem alta qualidade e durabilidade a estes produtos.Os produtos estão disponíveis em loja na Rua Miguel Bombarda, 16, 7000-919 Évora. Mais informações no site oficial da Capote’s Emotion e no seu facebook.

Change – Peças de roupa vintage (principalmente modelos jeans icónicos), reinterpretadas com apliques, acessórios e novos padrões. A marca vende online. Mais informações no site oficial da Change e no seu facebook.

daniela . – marca da designer Daniela Duarte que se distingue por misturar tecidos/padrões antigos, de lojas de tecidos locais com rolos ou retalhos que têm dificuldade em escoar, com matérias mais recentes, resultando em peças jovens e descontraídas. Além disso, daniela . aposta no processo da Slow Fashion, sendo as suas peças confeccionadas em atelier, com atenção à qualidade dos seus acabamentos. Vende online no seu site e em diversas lojas pelo país. Mais informações no site oficial da daniela . e no seu facebook.

Ecolã Portugal – uma empresa artesanal de origem familiar, fundada no início do século passado, na vila de Mateigas, uma vila sempre associada à lã e à sua transformação. Esta vende peças 100% lã, do burel às malhas, com vestuário para homem e mulher, acessórios e mantas e cobertores. A marca realiza todo o processo da transformação da lã, da tosquia, à sua selecção, à fiação, tecelagem e à produção do produto final. A Ecolã vende todos os produtos nas suas instalações em Manteigas, onde pode também assistir a todo o processo de produção que a marca faz questão de dar a conhecer. Além disso vende em Lisboa, no Edifício Embaixada, na Praça do Príncipe Real, nº 26, aberto todos os dias, das 12 ás 20 horas e no Porto, na Travessa da Bainharia, nº 37, aberto de segunda a sábado, das 11 às 19 horas. Participam ainda em várias feiras nacionais e internacionais. Mais informações no site oficial da Ecolã Portugal e no seu facebook.

Elementum – Criada pela designer Portuguesa Daniela Pais, a marca baseia-se na ideia de que o luxo migrou para um nível mais emocional, questionando os modelos actuais de consumo. A Elementum vende peças de roupa com o mínimo possível de cortes que, por outro lado, servem o máximo possível de usos. Este conceito resulta em peças de corte extremamente simples que podem ser vestido, saia, lenço e casaco – tudo num só. Mais ainda, utiliza têxteis ecológicos de base vegetal e animal, muitas vezes orgânicos. A Elementum vende em várias lojas pelo mundo, em Portugal pode encontrá-la na loja Mundano no Porto, além disso vende online. Mais informações no site oficial da Elementum e no seu facebook.

 

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(Imagem: Elementum, 2015)

HEMPACT Organic Clothes – marca de roupa criada por 3 jovens Portugueses, Diana Melo, Miguel Calisto e Nuno Calisto, com fortes ligações à natureza, à qualidade e conforto e à sustentabilidade e consumo consciente. Utiliza materiais 100% ecológicos como o cânhamo, o algodão orgânico, tecido PET (produzido da reciclagem de garrafas de plástico) e o corozo. A Hempact segue a filisofia da Slow Fashion, apostando em vestuário de qualidade e duradouro para qualquer ocasião, tendência ou necessidade dos seus clientes. Todas as peças são fabricadas em Portugal e a marca vende online no seu site e em várias lojas por todo o país. Mais informações no site oficial da HEMPACT Organic Clothes e no seu facebook.

Hode Studio – Com o design de Isabela Gonçalves, a Hode Studio é uma marca com princípios focados na sustentabilidade, a nível ambiental, social e económico. Conjuga técnicas tradicionais algarvias com designs intemporais e materiais certificados pelo GOTS (Global Organic Textiles Standard). A marca vende online no seu site e na sua loja na Rua do Comércio 90-A, 8135-127, Almancil. Mais informações no site oficial da Hode Studio e no seu facebook.

KLAR – Vestuário vegan baseado na aplicação de novas tecnologias e sustentabilidade, ou como avança o Not Just a Label, “pro-animal”. A marca está entre a lista “Approved Vegan” da PETA, significando que nenhum dos seus produtos contém pele, pêlo, lã ou qualquer outro material derivado de animal. A marca vende online e em Wrong Weather, Av. Boavista, 754, 4100-111 Porto. Mais informações no site oficial da KLAR e no seu facebook.

 

Loja da Burel – Entre outros artigos de decoração, a Burel vende acessórios e vestuário 100% nacionais com este tecido artesanal de origem serrana feito totalmente em lã. Os produtos Burel são desenhados por designers Portugueses como é exemplo a Sara Lamúrias já referida a cima , cujo trabalho foi desde sempre ligado aos têxteis ecológicos e à valorização do artesão. A loja da Burel dá a conhecer os processos produtivos e os seus criadores, convidando o próprio cliente a desenvolver as próprias peças. Visite as lojas na Rua Serpa Pinto, 15 B, no Chiado em Lisboa, na Rua de Mouzinho da Silveira, 83, no Porto e a loja da fábrica em Amieiros Verdes, Manteigas. A Burel tem também disponível a venda online. Mais informações no site oficial da Loja do Burel e no seu facebook.

Studio Lajöj – Produtos de moda criados de forma artesanal, personalizada, sob medida e com a minúcia que o trabalho manual permite. O atendimento é com hora marcada. Compre em Rua João Lucio de azevedo 53, 1ºandar, sala 24, Porto. Mais informações no site oficial do Studio Lajöj e no seu facebook.

Vintage for a Cause – peças de inspiração vintage, de design exclusivo, (re)nascem neste clube de costura, onde mulheres com mais de 50 anos, sem ocupação profissional, a partir de roupa usada, obtida pelas próprias ou doada por terceiros, produzem novas peças, com apoio de estilistas de renome como Katty Xiomara. Vendem online pelo seu site e em várias feiras e as receitas das suas vendas revertem na íntegra para sustentabilidade do projeto. Mais informações no site oficial do Vintage for a Cause e no seu facebook.

 

CALÇADO

Asha – Calçado de design modular que tem na sua transformabilidade o seu carácter sustentável. A sigla da marca que significa All Shoes Adaptable fala pela sua filosofia que coloca a versatilidade acima da produção desmensurada. Para além de ser fisiologicamente adequado, o calçado é de fabrico artesanal e a maioria dos materiais utilizados são recicláveis, biodegradáveis e reaproveitados. A marca não é vegan. Compre online. Mais informações no site oficial da Asha e no seu facebook.

Bernardo M42 – Sapatos confortáveis e duráveis, feitos em pele, artesanalmente, no norte de Portugal. Compre em Embaixada – Praça Principe Real, No 26 Lisboa; Centro Comercial Buganvilia, Loja 5, Quinta do Lago 8135-813 Almancil, Algarve; Dom Afonso Henriques 76-78 Cividade, Braga; Museu do Arroz – Rua S.João N8 (Comporta E.N.61) Alcácer Do Sal; e online. Mais informações no site oficial de Bernardo M42 e no seu facebook.

Citadin Shoes – uma empresa familiar, especializada em calçado, com produção no norte de Portugal, oferece um produto resultante de um processo tradicional de enorme qualidade. A marca não é vegan. Com venda online. Mais informações no site oficial da Citadin Shoes e no seu facebook.

CommonCut – Calçado desportivo, produzido artesanalmente com técnicas tradicionais Portuguesas em S. João da Madeira. Usam peles e curtimento vegetais, e tecidos de fibra natural. Compre online. Mais informações o site oficial da CommonCut e no seu facebook.

Green Boots – Botas feitas artesanalmente numa fábrica familiar que data desde 1955, onde ainda se dá uso ao antigo processo e equipamento e cada par de botas demora cerca de 4 horas a fazer. A escolha das matérias-primas (são usadas peles animais) e o processo de fabrico Goodyear Welt contribuem para a sua durabilidade. Entre as ofertas de tipos de sola, é possível escolher uma que é feita em borracha de pneu reciclado. Compre em lojas de norte a sul do país e online. Mais informações no site oficial da Green Boots e no seu facebook.

 

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(Imagem: Green Boots, 2013)

Labuta – Calçado ecológico, de qualidade e resistência conferido pelo processo centenário Goodyear Welt, que permite além do mais a reparação do sapato inúmeras vezes. A marca usa peles animais. A marca vende online. Mais informações no site oficial da Labuta e no seu facebook.

MDMA – (Fotografia do produto na imagem de cabeçalho). Calçado feito a partir de materiais reciclados (desde a sola à lona), vendido em colecções de edição limitada, e premiado pela London College of Fashion e NOVA School of Business & Economics. O design dos sapatos é único. Compre online. Mais informações no site oficial da MDMA e no seu facebook.

Nae – Marca de calçado vegan assente num ideal pela sustentabilidade ambiental, aliado à qualidade já reconhecida na indústria Portuguesa de calçado. A marca cuja sigla significa No Animal Exploitation, usa materiais alternativos ao couro e à pele animal, como a cortiça e outras microfibras ecológicas. Compre em LX Factory Edifício I, Piso 1, Loja 1.02, em Lisboa, e online. Mais informações no site oficial da Nae e no seu facebook.

Relyquia – Calçado de alta qualidade posicionado no mercado de luxo Português que alia o trabalho artesanal do sistema Goodyear ao curtimento vegetal. Cerca de 90% de toda a matéria-prima é natural, segundo afirmam. A marca não é vegan. Compre em online. Mais informações no site oficial da Relyquia e no seu facebook.

Rutz – Calçado de cortiça, matéria-prima cujas propriedades e processo de extracção contribuem para que seja uma das mais ecológicas. O processo de fabrico Goodyear confere a sua qualidade, e as peles, embora animais em alguns dos casos, têm um impacto mínimo no ambiente usando tratamentos naturais não tóxicos e sem crómio. Compre na Rua Rodrigues Faria, 103 Edifício i, Espaço 1.14 B, LX Factory, em Lisboa e online. Mais informações no site oficial da Rutz e no seu facebook.

Xuz – Calçado que reavive a tradição Portuguesa, sendo realizado pelas mãos de verdadeiros artesãos de antigos ofícios em pontos específicos do país, cada um com a sua técnica tradicional. Posicionando-se a desfavor do mass market, a marca cria um número limitado de pares para cada modelo, e desafia ainda o cliente a aderir ao Reuse by Xuz, onde é possível trazer umas botas usadas e transformá-las numa nova carteira. Compre em lojas de norte a sul do país. Mais informações no site oficial da Xuz e no seu facebook.

 

 

 

 

ACESSÓRIOS

A Avó Veio Trabalhar – Projecto de design social da Fermenta que consiste no estímulo da comunidade sénior a criar colecções de acessórios de moda e decoração através de lavores tradicionais, visando o aumento do poder de intervenção dos seniores na sociedade, o envelhecimento activo e a recuperação de técnicas antigas: bordado, tricot, tear, serigrafia, esmirna e crochet. Compre na loja da Rua do Poço dos Negros, 124, em Lisboa. Mais informações no facebook d’A Avó Veio Trabalhar.

 

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(Imagem: A Avó Veio Trabalhar, 2015)

Airosa Design – Malas e carteiras vegan produzidas artesanalmente, recorrendo a materiais comprados localmente cuja base pode ser plástico ou celulose. Compre online ou na Rua Poço dos Negros nº 119, em Lisboa. Mais informações no site oficial da Airosa Design e no seu facebook.

Cara d’Pau – Óculos de madeira ou cortiça produzidos com vista na redução do impacto ambiental. A técnica inovadora surge da habilidade e experiência de quem fazia mobiliário e barris de carvalho do vinho do Porto e o tratamento é feito com vernizes de base aquosa. O trabalho é artesanal e inteiramente Português. Compre online. Mais informações no site oficial da Cara d’Pau e no seu facebook.

 

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(Imagem: Cara d’Pau, 2015)

Elizab’hats – Chapéus construídos a partir da reutilização de gravatas de qualidade em fim de vida, que são unidas a uma estrutura de cortiça, resultando num produto sempre irrepetível. Todos os produtos são construídos artesanalmente em empresas familiares e costureiras de projectos sociais. Apresenta duas colecções por ano: No Tie To Waste e Special Edition. Ambas baseadas na rastreabilidade do produto e acompanhadas pela IES Social Business School de Cascais. A marca vende online. Mais informações no site oficial da Elizab’hats e no seu facebook.

Feltrando – Malas e acessórios e ainda objectos de design para a casa, em feltro, feitos artesanalmente e de forma ecológica, no norte de Portugal, nomeadamente em São João da Madeira. A marca trabalha em constante colaboração com diversos parceiros como a Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira, a Trilho, Belcinto, Fepsa, Oliva Creative Factory, Heliotextil e Fanepel. A Feltrando vende online no seu site e na loja Oliva Creative Factory, loja 1, Rua da Fundição 240, São João da Madeira. Mais informações no site oficial da Feltrando e no seu facebook.

Hands of Indigo – Marca de malas de pequenas edições limitadas, criadas por uma dupla de designers baseada entre o Brasil, UK e Portugal. O produto, considerado de luxo e representando um movimento de slow fashion, é criado por artesãos Brasileiros que trabalham telas de missanga Japonesa com minuncia, dedicação e qualidade, aplicadas posteriormente em clutches de pele artificial. O objectivo é estimular a intersecção de diferentes culturas e criar para durar, ultrapassando o conceito de trendy. A marca vende online. Mais informações no site oficial da Hands of Indigo e no seu facebook.

 

 

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(Imagem: Hands of Indigo)

Ideal & Co. – Malas, carteiras, mochilas, acessórios para tablet, bicicleta, escritório e outros artigos em pele de curtimenta 100% vegetal de alta qualidade, tratada de forma sustentável pelos artesãos do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros. Os acabamentos sofisticados aliados ao material conferem a durabilidade do produto, de manufactura e matéria-prima inteiramente Portuguesas. Compre em A Vida Portuguesa, Largo do Intendente 23, 1100-285 Lisboa / Arte Assinada, Largo Trindade Coelho 13, Lisboa / Velocité Café, Av. Duque d’Ávila 120ª, Lisboa / Água no Bico, Praça da República 8, 2655-347 Ericeira / A Vida Portuguesa, Rua das Galerias de Paris 20-1º, 4050-162 Porto / Rua do Rosário 147, 4050-523 Porto / Rua D. Gualdim Pais 40ª, Sé, 4700-423 Braga, e ainda online. Mais informações no site oficial da Ideal & Co. e no seu facebook.

Ina Koelln – Marca de acessórios (Malas, mochilas e outros artigos) em pele de cortiça, baseada num conceito de extrema simplicidade, minimização dos processos, alienação das tendências de moda, responsabilidade social e materiais sustentáveis. Compre oline. Mais informações no site oficial da Ina Koelln e no seu facebook.

 

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(Imagem: Ina Koelln, 2015)

Idict – Colares, pulseiras e brincos feitos a partir da reutilização de garrafas PET e recortes de revistas antigas. Todas as peças são únicas e irrepetíveis. Compre em Fundação de Serralves, Rua D. João de Castro 210, 4150-417 Porto / Museu Nacional do Azulejo, Rua Madre Deus 4, 1900-312 Lisboa / Gente da Minha Terra, Rua 5 de Outubro 39, 7000-854 Évora / Posto de Turismo de Viana, Rua Padre Luís António da Cruz, 7090-232 Viana do Alentejo / O Risco, Rua Combatentes da Grande Guerra 56, 3810-087 Aveiro / Estoriastantas, Rua Portel de Aljustrel 22, 7800 Beja. Mais informações no site oficial da Idict e no seu facebook.

Jewels Don’t Shine – Da criadora Ana Guimarães, a Jewels don’t Shine questiona o valor real da joelharia, focando-se particularmente na relação entre o utilizador e a jóia, o valor sentimental sobre o valor monetário. A artista utiliza materiais como a prata o latão e o acrílico, abordando também a técnica de filigrana. Além das peças disponíveis para venda a Jewels don’t Shine aceita encomendas para peças personalizadas e oferece também um serviço de reinvenção e “reciclagem” de joalharia e bijutaria. O atelier da marca é na Rua de Santa Catarina, nº 274, 2º andar, sala 203, no Porto e está aberto de segunda a sexta-feira da parte da tarde. Vende também online. Mais informações no facebook da Jewels Don’t Shine.

Mãos de Conde – Cintos e porta-chaves vegan construídos manualmente a partir de pneus de bicicleta. Compre online. Mais informações no facebook da Mãos de Conde.

Muu – marca de malas e acessórios. A Muu utiliza nos seus designs pele e pelo de vaca, combinando esses materiais com técnicas de mão de obra tradicional. A marca descreve os seus acessórios como originais, divertidos, descontraídos e sofisticado. Vende online no seu site e em várias lojas pelo país. Mais informações no site oficial da Muu e no seu facebook.

Najha – Acessórios de moda em pele de cortiça (material ecológico conhecido pela sua resistência e impermeabilidade), que vão desde malas, a calçado, cinto e chapéus. O algodão usado nos forros é orgânico, certificado pela GOTS. Compre online. Mais informações no site oficial da Najha e no seu facebook.

Pelcor – Malas e outros artigos de qualidade sofisticada em pele de cortiça, uma notável inovação sobre uma das matérias-primas Portuguesas mais sustentáveis, pelas suas características inerentes, pela produção não tóxica e por renovar as florestas de sobreiro. A marca foi fundada por Sandra Correia, a inventora do primeiro guarda-chuva de cortiça em 2003. Compre online ou em Rua das Pedras Negras 28, 1100-403 Lisboa / Aeroporto Internacional de Lisboa 1749-030 Lisboa / Rua Diana de Liz 5, 7005-413 Évora / Rua 5 de Outubro 57ª, 7000-854 Évora / Rua Alexandre Herculano 1, 2430-271 Marinha Grande / Rua Nossa Srª do Caminho S/N 2440-121 Batalha / Herdade da Cortesia, 7480-102 Avis / Rua Padre Sena Neto 48, 8150-1765 S. Brás de Alportel. Mais informações no site oficial da Pelcor ou no seu facebook.

Toino Abel – Malas em cestaria tradicional de junco confeccionadas manualmente por artesãs da Castanheira, uma aldeia no sul de Portugal. A marca assenta na necessidade de salvar esta arte de se extinguir e cair no esquecimento, outrora o ganha-pão de uma grande parte da comunidade. Aliada ao propósito do estímulo da economia local, o forte storytelling confere também ao produto transparência, qualidade e confiança. Compre online. Mais informações no site oficial da Toino Abel e no seu facebook.

VOLUMEAtelier – Projecto de arte têxtil da artista AnaRita de Albuquerque. O projecto apresenta inúmeros acessórios feitos com diversos processos artesanais, como a feltragem, apostando nos materiais naturais nacionais, como a lã portuguesa. A VOLUMEAtelier vende online pelo facebook, instagram e etsy e na loja do Burel, trabalhando em parceria com a fabrica de manteigas no processamento local da sua lã. Vende ainda na Anthrop.Autores Portugueses em Coimbra e na galeria La casa de la Joya na Corunha. Mais informações no facebook da VOLUMEAtelier.

Wetheknot – Considerada na categoria de ético/sustentável pela Not Just a Label, Wetheknot é uma marca de design gráfico e de moda baseada em colecções limitadas de pequenos produtos, que criou uma colecção de calções de banho feitos a partir de guarda-chuvas partidos, recolhidos ao longo do Inverno. Compre online. Mais informações no site oficial da Wetheknot e no seu facebook.

 

 

A equipa Fashion Revolution Portugal incentiva todas as marcas de moda Portuguesas a participar e difundir o movimento, partilhando fotos dos seus makers nas suas redes sociais. Veja aqui como participar.

Conhece mais marcas Portuguesas de moda sustentável? Ajude-nos a melhorar esta lista, enviando sugestões para portugalfashionrevolution.org

(Fotografia de cabeçalho: Salomé Areias; Atelier MDMA – Minimizing Damage Maximizing Art, 2016. Restantes fotografias: Retiradas da página do Facebook das respectivas marcas)

 Artigo actualizado a 19 de Novembro de 2016.