Atualização linguística: Novos tempos pedem novo vocabulário
por Larissa Duarte | Jurema*
~No mês das mulheres, preparamos uma série de publicações co-criadas com a startup Jurema*, confira a primeira matéria já disponível em nosso Blog: “Como nos organizar em comunidade e ressignificar nossas relações“. Vamos juntos revolucionar a forma como nos relacionamos, nos acompanhe nesta conversa!
Atualização linguística: Novos tempos pedem novo vocabulário
As sociedades estão mais dinâmicas e para se adaptarem a novos contextos, adotar novas palavras pode nos motivar na mudança de percepção e atitude. Surge então, uma forma de comunicar mais positiva, empática e construtiva. Nesse sentido, no empreendedorismo, a noção de competição dá então lugar à colaboração e à compreensão, tão necessárias para a construção de relações justas e parcerias de multi-atores. Reforçando a cultura da confiança, biodiversidade e da transparência.
Outro exemplo, Ernst Gotsch – agricultor e pesquisador, que desenvolveu a Agricultura Sintrópica – propõe novas palavras para este setor. Pragas passam a ser agentes otimizadores de processos de vida, e a cova (aquele buraco onde a planta será plantada) passa a ser berço. O provérbio chinês que fala que “a agricultura é a arte de colher o sol”, reforça em belas palavras a estética harmônica desta atividade. Para Ernst, a agricultura baseia em processos regenerativos, que incluem amor incondicional e relações ecossistêmicas integradas e convergentes. É também uma agricultura de processos, de observação e muitas interações com o cultivo. Ao invés da conhecida agricultura convencional, baseada na monocultura, insumos químicos, extração, que explora os recursos hídricos, exauri os solos, polui a atmosfera e desmata os biomas. Para a economia circular, que inclui novas formas produtivas no setor têxtil e moda, podemos pensar em palavras que façam mais sentido também. A noção de cadeia produtiva se amplia para os ecossistemas (de empreendedorismo, de serviço, inovação, etc.). O consumidor se amplia para comunidade, considerando a participação e engajamento que vão muito além do ato de comprar e usar.
Sobre a autora:
Larissa Oliveira Duarte – designer de moda e pesquisadora, mestre em Negócios Internacionais (Leeds Beckett University) e mestre em Têxtil e Moda (Universidade de São Paulo). Se dedica a pesquisa na área das fibras vegetais, design e artesanato agrofloresta e ecossistema de inovação. Co-fundadora das startups Jurema e Confio.eco.
Jurema – startup brasileira que trabalha com agrofloresta focada na produção de materiais têxteis, como fibras e tinturas vegetais. Atua em três frentes: educação, consultoria e pesquisa e desenvolvimento.